Thermotoga
Thermotoga Huber et al. 1986 | |||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Desenho da secção duma Thermotoga maritima mostrando a sua "toga" | |||||||||||
(iucn3.1 ou iucn2.3) | |||||||||||
Classificação científica | |||||||||||
| |||||||||||
Espécies | |||||||||||
Thermotoga caldifontis[1] Thermotoga elfii |
Thermotoga é um género de bactérias pertencentes ao filo Thermotogae. As espécies de Thermotoga são hipertermófilas e a sua célula está envolta numa membrana externa especial semelhante a uma bainha, chamada toga.
Os membros de todo o filo são bactérias gram-negativas, uma vez que possuem uma fina camada de peptidoglicano localizada entre duas bicamadas lipídicas, ambas peculiares.[2] O seu peptidoglicano é pouco comum, uma vez que estabelece ligações cruzadas não apenas com meso-diaminopimelatos tal como acontece na Proteobacteria, mas também com D-lisina.[3][4]
As espécies do género são organismos anaeróbicos com diferentes graus de tolerância ao oxigénio. Podem reduzir enxofre elementar (S0) para sulfureto de hidrogénio, que por sua vez pode ser posteriormente utilizado.[2]
Não está claro se a termófila é uma inovação da linhagem ou um traço ancestral.
O genoma da Thermotoga maritima foi sequenciado em 1999, revelando a presença de vários genes de origem arqueana, que possivelmente permitiram a sua adaptação biológica para a termofilia.[5] O conteúdo GC (citosina-guanina de T. maritima é de 46,2%;[2] como a maioria dos termófilos têm alto teor de CG, isto leva-nos a especular que o alto conteúdo CG pode ser uma conseqüência não essencial da termofilia e não impulso face à termofilia.[6][7]
Nome
O nome neo-latino feminino "thermotoga", origina-se por sua vez a partir do nome grego θέρμη (therme, calor) ou mais exactamente do θερμός, ή, όν (thermos, e, on, quente) e da palavra latina feminina toga (vestimenta romana).[2]
O artigo e o capítulo do manual de Bergey onde se descreve o género foi escrito por vários autores, como Karl Stetter e Carl Woese.[2]
Referências
- ↑ a b LPSN bacterio.net
- ↑ a b c d e Huber, R.; T. A. Langworthy; H. Konig; M. Thomm; C. R. Woese; U. B. Sleytr; K. O. Stetter (1986). «Thermotoga maritima sp. nov. represents a new genus of unique extremely thermophilic eubacteria growing up to 90°C». Arch. Microbiol. 144 (4): 324–333. doi:10.1007/BF00409880
- ↑ Todos os aminoácidos proteinogénicos têm a configuração L; Nos peptidoglicanos encontram-se presentes alguns aminoácidos com configuração D.
A lisina sintetíza-se a partir de meso-diaminopimelatos pela diaminopimelato descarboxilase. - ↑ Boniface, A.; Parquet, C.; Arthur, M.; Mengin-Lecreulx, D.; Blanot, D. (2009). «The Elucidation of the Structure of Thermotoga maritima Peptidoglycan Reveals Two Novel Types of Cross-link». Journal of Biological Chemistry. 284 (33): 21856–21862. PMC 2755910. PMID 19542229. doi:10.1074/jbc.M109.034363
- ↑ Fraser, C. M.; Clayton, K. E.; Gill, R. A.; Gwinn, S. R.; Dodson, M. L.; Haft, R. J.; Hickey, D. H.; Peterson, E. K.; Nelson, J. D.; Ketchum, W. C.; McDonald, K. A.; Utterback, L.; Malek, T. R.; Linher, J. A.; Garrett, K. D.; Stewart, M. M.; Cotton, A. M.; Pratt, M. D.; Phillips, M. S.; Richardson, C. A.; Heidelberg, D.; Sutton, J.; Fleischmann, G. G.; Eisen, R. D.; White, J. A.; Salzberg, O.; Smith, S. L.; Venter, H. O.; Fraser, J. C. (1999). «Evidence for lateral gene transfer between Archaea and bacteria from genome sequence of Thermotoga maritima». Nature. 399 (6734): 323–329. Bibcode:1999Natur.399..323N. PMID 10360571. doi:10.1038/20601
- ↑ Pasamontes, A.; Garcia-Vallve, S. (2006). «Use of a multi-way method to analyze the amino acid composition of a conserved group of orthologous proteins in prokaryotes». BMC Bioinformatics. 7. 257 páginas. PMC 1489954. PMID 16709240. doi:10.1186/1471-2105-7-257
- ↑ Puigbò, P.; Pasamontes, A.; Garcia-Vallve, S. (2008). «Gaining and losing the thermophilic adaptation in prokaryotes». Trends in Genetics. 24 (1): 10–14. PMID 18054113. doi:10.1016/j.tig.2007.10.005