Série Z1 a Z4 da CP

Série Z1 a Z4
Descrição
Propulsão Vapor
Fabricante Valentin Purrey
Locomotivas fabricadas 4 (Z1 - Z4)
Tipo de serviço Via
Características
Bitola Bitola Ibérica (1668 mm)
Operação
Situação Fora de serviço

A Série Z1 a Z4 foi um tipo de automotoras a vapor, utilizadas pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses. Estas foram as primeiras automotoras em Portugal, tendo funcionado entre 1904[1] e 1910.[2]

Automotora produzida para França pela casa Purrey em 1905, semelhante às utilizadas em Portugal.

História

O período de transição para o século XX foi de grande progresso para os caminhos de ferro, com um acréscimo na procura, que exigia um maior número de comboios, e que fossem mais rápidos e confortáveis.[3][2] No entanto, a frota de locomotivas e de material rebocado não era suficiente para atender às necessidades da procura, pelo que foi necessário proceder à encomenda de novo material circulante, assistindo-se assim a uma fase de renovação da frota que durou desde 1899 até quase à Primeira Guerra Mundial.[3] Neste âmbito, em 1904 tanto a Companhia Real como a Administração Geral dos Caminhos de Ferro do Estado encomendaram veículos ferroviários com motor para transporte de passageiros, que eram então conhecidos como carruagens auto-motrizes, carruagens automotoras[4] ou carruagens automóveis.[1] No caso da Companhia Real, foram compradas quatro automotoras à casa francesa Valentin Purrey, que se tinha especializado naquele tipo de veículos.[5] Estes veículos deveriam utilizados para fazer serviços locais, onde a procura era mais reduzida,[5] principalmente na Linha do Oeste.[1] Em 1 de Julho de 1904, a Gazeta dos Caminhos de Ferro relatou que tinham chegado a Bordéus as quatro carruagens automotoras.[4] A Gazeta dos Caminhos de Ferro de 1 de Outubro desse ano noticiou que já tinha entrado nas Oficinas Gerais da Companhia Real a primeira automotora, para ser experimentada.[1] Em 1 de Novembro, a Gazeta relatou que foi feita a primeira experiência oficial, entre Sintra e Campolide.[4] Em 16 de Fevereiro de 1905, aquele periódico informou que a automotora tinha sido posta a circular no lanço da Linha do Oeste entre São Martinho do Porto e Figueira da Foz e no Ramal de Alfarelos.[4]

No entanto, estas experiências não tiveram bons resultados, e poucos anos depois foram postas a circular em quase todas as linhas da Companhia Real,[6] nomeadamente na Linha de Vendas Novas e nos ramais de Sintra e da Lousã, e nos serviços entre Coimbra e a Figueira da Foz.[5] Ainda assim, não tiveram um rendimento satisfatório, pelo que foram retiradas em 1910,[2] e transformadas em carruagens de terceira classe.[6] Uma destas quatro carruagens ficou estacionada durante vários anos na rotunda de Castelo Branco, onde foi danificada por um incêndio, tendo sido depois transportada para o Entroncamento, para ser restaurada.[5]

Rotunda de Castelo Branco em 2006. A carruagem semidestruída à direita, no interior do edifício, é uma das automotoras Purrey após a conversão.

Descrição

Esta série era composta por quatro automotoras a vapor, de dois eixos.[5] Cada veículo estava dividido em vários compartimentos, um para o motor, outro para um furgão e três para os passageiros, que poderiam ter oito lugares de primeira classe, nove de segunda, e dezanove de terceira classe.[1] Estas automotoras utilizavam freios automáticos Clayton.[1]

Referências

  1. a b c d e f «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 67 (1603). 1 de Outubro de 1954. p. 280. Consultado em 17 de Fevereiro de 2018 
  2. a b c VITAL, Domingos Fezas (1 de Julho de 1938). «A C. P. e a Crise dos Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 50 (1213). p. 307-315. Consultado em 17 de Fevereiro de 2018 
  3. a b SOUSA, José Fernando de (16 de Junho de 1939). «O problema nacional ferroviário e a coordenação dos transportes: Síntense doutrinal de quatro conferências» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1236). p. 294-297. Consultado em 17 de Fevereiro de 2018 
  4. a b c d «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1228). 16 de Fevereiro de 1939. p. 135-138. Consultado em 17 de Fevereiro de 2018 
  5. a b c d e TÃO, Manuel Margarido (2005). «150 Anos de Material Motor Francês em Portugal». O Foguete. Ano 4 (15). Entroncamento: Associação de Amigos do Museu Nacional Ferroviário. p. 13-19. ISSN 124550 Verifique |issn= (ajuda) 
  6. a b CORRÊA, António de Vasconcelos (1 de Fevereiro de 1939). «A Vida da C. P. desde o convénio de 1894» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1227). p. 101-106. Consultado em 17 de Fevereiro de 2018 

Ver também

Ligações externas

  • «Vídeo do transporte da antiga Purrey e de vário material circulante desde Castelo Branco até ao Entroncamento, no sítio electrónico Youtube» 


  • v
  • d
  • e
Material motor ferroviário em Portugal
Tipologia ↓ diesel / gasolina / gasogénio vapor:
carvão / óleo
elétrica:
IP: 25 kV / 50 kHz ou (*) 1500 V; outras redes q.v.
← Tracção
Estado → em serviço fora de serviço (ou uso ocasional) em serviço Bitola
Rede IP (Notas: A itálico, séries com uso partilhado entre a C.P. e outras empresas, simult. ou não; a itálico sublinhado, séries usadas exclusivamente por outra empresa.)
automotoras 592 remodelados M1 0050 0100 0500 0750 0600 0650 1001 Z1 2000 2050 2080



ABm1-18

remodelados 2300 2400 3400 3500 4000 1668 mm
(ibérica)
VIP
0350
0450
0300
0400
 2100⎫ 
2150⎬ 
2200⎭ 
⎰*3100
⎱*3200

2240

3150*
3250*
9630 9500
 
9700─╮
9400←╯
ME1 ME21 9050 9100 9300 9600 (Vale do Lima) (não existe atualmente tração elétrica na rede ferroviária métrica da IP) 1000 mm
(métrica)
locomotivas 9000 9020 Lydya
E1 E21 E31 E41 E51 E61 E71 E81 E91 E101 E111 E121 E131 E141 E151 E161 E181 E201 1-2
1200 1400 1500 1520 1900 1930 6000 1300 1320 1550 1800 1960
D. Luiz S. Inauguração 001 01 1 09 011 17 021 21 031 32 41 041 41 070 71 81 91 101 103 110 141 151 175 181 0151 0181 0201 201 211 221 261 281 291 301 351 401 501 551 601 701 751 801 831 851 951 2068 01002 1008 2000 02012 02049 2133 51 (BA) 11 (CFE)
2500 2550 3300* 2600 2620 4700 5600 1668 mm
(ibérica)
locotratoras 1150 1000 1020 1050 1100 005
Redes locais (excl. sistemas de frota fixa específica, como funiculares e teleféricos)
bondes
STCP101 STCP112 STCP115 STCP120 STCP150 STCP249 STCP250 STCP266 STCP300 STCP350 STCP404 STCP500
STCP200 STCP270 STCP280 1435 mm
(padrão)
automotoras ML7 ML79 ML90 ML95 ML97 ML99 ML200
LRVs, articulados MP000 MP100 MP200 C000
CCFL501 CCFL601 900 mm
bondes TUB1
CCFL203 CCFL283 CCFL284 CCFL323 CCFL343 CCFL363 CCFL389 CCFL400 CCFL403 CCFL475 CCFL500 CCFL508 CCFL532 CCFL552 CCFL601 CCFL613 CCFL736 CCFL761 CCFL801 CCFL806 CCFL901 TUB01
CCFL001 CCFL003 CCFL005 CCFL541 CCFL701 CCFL737
(PdV-VdC) (CCFTNA) (CFPLER) SMTUC01 SMTUC03 SMTUC16 (CSA) 1000 mm
(métrica)
locomotivas CSA 23074 (Pomarão)
(Transpraia) (P.d’El-Rei) (Mira) (CFPL) 600 mm
(JAPH) N0(JAPPD) 2140 mm
Estado → em serviço fora de serviço em serviço Bitola
Tipologia ↑ diesel / gasolina / gasogénio vapor:
carvão / óleo
elétrica ← Tracção
Ver também: Linhas • Serviços • Empresas • Multimédia • Acidentes


Ícone de esboço Este artigo sobre locomotiva a vapor é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.