Redução de ordem

O método da redução de ordem é utilizado para se determinar a solução de uma equação diferencial ordinária e homogênea de segunda ordem.[1]

Suponha que seja conhecida uma solução y 1 ( t ) {\displaystyle y_{1}(t)\,} , não identicamente nula, de

y + p ( t ) y + q ( t ) y = 0 {\displaystyle y''+p(t)y'+q(t)y=0\,} . (1)


Para encontrar uma segunda solução, seja

y = v ( t ) y 1 ( t ) {\displaystyle y=v(t)y_{1}(t)\,} (2)


então,

y = v ( t ) y 1 ( t ) + v ( t ) y 1 ( t ) {\displaystyle y'=v'(t)y_{1}(t)+v(t)y'_{1}(t)\,}

e

y = v ( t ) y 1 ( t ) + 2 v ( t ) y 1 ( t ) + v ( t ) y 1 ( t ) {\displaystyle y''=v''(t)y_{1}(t)+2v'(t)y'_{1}(t)+v(t)y''_{1}(t)\,}


Substituindo essas expressões para y , y {\displaystyle y,y'} e y {\displaystyle y''} na equação (1) e unindo os termos, encontramos:


y 1 v + ( 2 y 1 + p y 1 ) v + ( y 1 + p y 1 + q y 1 ) v = 0 {\displaystyle y_{1}v''+(2y'_{1}+py_{1})v'+(y''_{1}+py'_{1}+qy_{1})v=0\,} .


A equação acima é, de fato, uma equação de primeira ordem para a função v {\displaystyle v'} e pode ser resolvida como uma equação de primeira ordem ou como uma equação separável. Assim, uma vez encontrada v {\displaystyle v'} , v {\displaystyle v} é obtida por integração.

Finalmente, a solução y {\displaystyle y} é determinada da equação (2). Este procedimento é chamado método da redução de ordem, já que o passo crucial é a resolução de uma equação diferencial de primeira ordem para v {\displaystyle v'} em vez da equação de segunda ordem original para y {\displaystyle y} .[2]


2× + y= 6

Dado que y 1 ( t ) = t 1 {\displaystyle y_{1}(t)=t^{-1}\,} é uma solução de


2 t 2 y + 3 t y y = 0 {\displaystyle 2t^{2}y''+3ty'-y=0\,} (3)
t > 0 {\displaystyle t>0} ,


encontrar uma segunda solução linearmente independente.[3]

Vamos fazer y = v ( t ) t 1 {\displaystyle y=v(t)t^{-1}\,} , então:

y = v t 1 v t 2 {\displaystyle y'=v't^{-1}-vt^{-2}\,} ,
y = v t 1 2 v t 2 + 2 v t 3 {\displaystyle y''=v''t^{-1}-2v't^{-2}+2vt^{-3}\,} .


Substituindo y , y {\displaystyle y,y'} e y {\displaystyle y''} na equação (3) e unindo os termos, obtemos:

2 t 2 ( v t 1 2 v t 2 + 2 v t 3 ) + 3 t ( v t 1 v t 2 ) v t 1 {\displaystyle 2t^{2}(v''t^{-1}-2v't^{-2}+2vt^{-3})+3t(v't^{-1}-vt^{-2})-vt^{-1}\,}
= 2 t v + ( 4 + 3 ) v + ( 4 t 1 3 t 1 t 1 ) v {\displaystyle =2tv''+(-4+3)v'+(4t^{-1}-3t^{-1}-t^{-1})v\,}
= 2 t v v {\displaystyle =2tv''-v'\,}
= 0 {\displaystyle =0} (4)


Note que o coeficiente de v é nulo, como deveria. Separando as variáveis na equação (4) e resolvendo para v'(t), encontramos:

v ( t ) = c t 1 / 2 {\displaystyle v'(t)=ct^{1/2}} ;


então,

v ( t ) = 2 3 c t 3 / 2 + k {\displaystyle v(t)={\frac {2}{3}}ct^{3/2}+k} .


Segue que

y = 2 3 c t 1 / 2 + k t 1 {\displaystyle y={\frac {2}{3}}ct^{1/2}+kt^{-1}} ,


onde c e k são constantes arbitrárias. A segunda parcela desta última equação é um múltiplo de y 1 {\displaystyle y_{1}} e pode ser retirada, mas a primeira parcela nos dá uma solução nova independente. Desprezando a constante multiplicativa, temos:

y 2 = t 1 / 2 {\displaystyle y_{2}=t^{1/2}} .


Referências

  1. E. BOYCE, William; DIPRIMA, Richard C. (2006). Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno oitava ed. Rio de Janeiro: LTC. p. 91. ISBN 978-85-216-1499-9  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  2. E. BOYCE, William; DIPRIMA, Richard C. (2006). Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno oitava ed. Rio de Janeiro: LTC. p. 93. ISBN 978-85-216-1499-9  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  3. E. BOYCE, William; DIPRIMA, Richard C. (2006). Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno oitava ed. Rio de Janeiro: LTC. p. 94. ISBN 978-85-216-1499-9  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)

Ver também