Partição de um intervalo

Uma partição de um intervalo sendo usada em uma soma de Riemann. A partição propriamente dita é mostrada em cinza embaixo, com um subintervalo indicado em vermelho.

Em matemática, uma partição de um intervalo [ a , b ] {\displaystyle [a,b]} , geralmente denotada P {\displaystyle P} ou Π {\displaystyle \Pi } , na reta real é uma sequência finita x 0 , x 1 , x 2 , , x k {\displaystyle x_{0},x_{1},x_{2},\ldots ,x_{k}} de números reais tal que:

a = x 0 < x 1 < x 2 < < x k = b . {\displaystyle a=x_{0}<x_{1}<x_{2}<\ldots <x_{k}=b.}

Em outras palavras, uma partição de um intervalo compacto I {\displaystyle I} é uma sequência estritamente crescente de números (que pertence ela própria ao intervalo I {\displaystyle I} ) que começa no ponto inicial de I {\displaystyle I} e termina no ponto final de I {\displaystyle I} .

Todo intervalo da forma [ x i , x i + 1 ] {\displaystyle [x_{i},x_{i+1}]} é referido como um subintervalo de partição x {\displaystyle x} .

Estas partições são utilizadas na teoria da integral de Riemann e da integral de Riemann–Stieltjes.[1]

Refinamento da partição

Outra partição do intervalo dado, Q {\displaystyle Q} , é definida como um refinamento da partição, P {\displaystyle P} , quando contém todos os pontos de P {\displaystyle P} e possivelmente alguns outros pontos também. A partição de Q {\displaystyle Q} é considerada "mais fina" que P {\displaystyle P} . Dadas duas partições, P {\displaystyle P} e Q {\displaystyle Q} , pode-se sempre formar seu refinamento comum, denotado P Q {\displaystyle P\lor Q} , que consiste em todos os pontos de P {\displaystyle P} e Q {\displaystyle Q} , renumerados em ordem.[2]

Exemplos

Um exemplo de partição é o seguinte:

Dado o intervalo [ 1 , 2 ] {\displaystyle [1,2]} , uma partição de tal intervalo seria:

Π = { 1 , 1 3 , 1 2 , 2 } . {\displaystyle \Pi =\{1,{\frac {1}{3}},{\frac {1}{2}},2\}.}

Outra possível partição para o mesmo intervalo seria:

Π = { 1 , 1 3 , 1 2 , 3 4 , 2 } {\displaystyle \Pi '=\{1,{\frac {1}{3}},{\frac {1}{2}},{\frac {3}{4}},2\}} , com Π {\displaystyle \Pi '} mais "fina" que Π {\displaystyle \Pi } .

Norma de uma partição

A norma de uma partição

x 0 < x 1 < x 2 < < x n {\displaystyle x_{0}<x_{1}<x_{2}<\ldots <x_{n}}

é o comprimento do mais longo deste subintervalos

max { ( x i x i 1 ) : i = 1 , , n } . {\displaystyle \max\{(x_{i}-x_{i-1}):i=1,\ldots ,n\}.} [3][4]

Aplicações

Partições são usadas na teoria da integral de Riemann, da integral de Riemann–Stieltjes e da integral regulada. Especificamente, conforme partições mais finas de um intervalo são consideradas, sua norma se aproxima de zero e a soma de Riemann baseada em uma dada partição se aproxima da integral de Riemann.[5]

Partições marcadas

Uma partição marcada é uma partição de um dado intervalo junto com uma sequência finita de números t 0 , , t n 1 {\displaystyle t_{0},\ldots ,t_{n-1}} sujeita às condições que, para cada i {\displaystyle i} ,

x i t i x i + 1 . {\displaystyle x_{i}\leq t_{i}\leq x_{i+1}.}

Em outras palavras, uma partição marcada é uma partição junto com um ponto distinguido de cada subintervalo. Sua norma é definida da mesma forma que uma partição comum. É possível definir uma ordem parcial no conjunto de todas as partições marcadas ao dizer que uma partição marcada é maior que a outra se a maior for um refinamento da menor.[6]

Suponha que x 0 , , x n {\displaystyle x_{0},\ldots ,x_{n}} junto com t 0 , , t n 1 {\displaystyle t_{0},\ldots ,t_{n-1}} é uma partição marcada de [ a , b ] {\displaystyle [a,b]} e que y 0 , , y m {\displaystyle y_{0},\ldots ,y_{m}} junto com s 0 , , s m 1 {\displaystyle s_{0},\ldots ,s_{m-1}} é outra partição marcada de [ a , b ] {\displaystyle [a,b]} . Dizemos que y 0 , , y m {\displaystyle y_{0},\ldots ,y_{m}} e s 0 , , s m 1 {\displaystyle s_{0},\ldots ,s_{m-1}} juntos são um refinamento da partição marcada x 0 , , x n {\displaystyle x_{0},\ldots ,x_{n}} junto com t 0 , , t n 1 {\displaystyle t_{0},\ldots ,t_{n-1}} se, para cada número inteiro i {\displaystyle i} com 0 1 n {\displaystyle 0\leq 1\leq n} , há um número inteiro r ( i ) {\displaystyle r(i)} tal que x i = y r ( i ) {\displaystyle x_{i}=y_{r(i)}} e tal que t i = s j {\displaystyle t_{i}=s_{j}} para algum j {\displaystyle j} com r ( i ) j r ( i + 1 ) 1 {\displaystyle r(i)\leq j\leq r(i+1)-1} . Dito de forma mais simples, um refinamento de um partição marcada toma a partição inicial e adiciona mais marcas, mas não tira nenhuma.

Ver também

Referências

  1. Gordon, Russell (1994). The integrals of Lebesgue, Denjoy, Perron, and Henstock. Providence, R.I.: American Mathematical Society. ISBN 0821838059. OCLC 30474120 
  2. Brannan, David Alexander (17 de agosto de 2006). A First Course in Mathematical Analysis (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9781139458955 
  3. O., Hijab, (2011). Introduction to calculus and classical analysis 3rd ed. New York: Springer. ISBN 9781441994882. OCLC 719363277 
  4. Antonovich, Vladimir (2004). Mathematical analysis. Berlin: Springer. ISBN 9783540406334. OCLC 52860218 
  5. Ghorpade, Sudhir (2006). A course in calculus and real analysis. New York: Springer. ISBN 9780387364254. OCLC 209919082 
  6. Dudley, Richard (2011). Concrete functional calculus. New York: Springer. ISBN 9781441969507. OCLC 695389112