Paradoxo do observador
Em ciências sociais e na física experimental, o paradoxo do observador é uma situação em que o fenômeno observado é involuntariamente influenciado pela presença do observador/pesquisador.[1]
No campo da sociolinguística, o termo "paradoxo do observador" foi cunhado por William Labov, que afirmou a respeito do termo: "O objetivo da investigação linguística na comunidade deve ser descobrir como as pessoas falam quando não estão a ser sistematicamente observadas; no entanto, só podemos obter estes dados através de observação sistemática".[2]
O termo refere-se ao desafio que sociolinguistas enfrentam durante o trabalho de campo, onde a tarefa de coletar dados sobre a fala natural e espontânea é prejudicada pela própria presença do pesquisador. À medida que um trabalhador de campo tenta observar o vernáculo diário de um falante numa entrevista, esse falante, consciente de que o seu discurso será utilizado para investigação acadêmica, provavelmente adotará um registo formal. Isso produz dados que não são representativos da fala típica do falante, e o paradoxo reside no fato de que, se o pesquisador não estivesse presente, o falante usaria sua variedade ordinária.[3]
Ver também
- No fotojornalismo e na fotografia documental, o fotógrafo muitas vezes tenta evitar fotos que pareçam posadas ou encenadas.
- Na mecânica quântica, o gato de Schrödinger é um experimento mental que trata da questão da indeterminação quântica.
- Princípio da incerteza de Heisenberg
Referências
- ↑ Patricia Cukor-Avila, "Revisiting the Observer's Paradox." American Speech 75.3 (2000) 253-254
- ↑ Labov, William (1972). Sociolinguistic Patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania. 209 páginas. ISBN 0631177205
- ↑ William Labov, The Social Stratification of (r) in New York City Department Stores
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