Massacre de 1944 em Honduras
Massacre de 1944 em Honduras | |
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Cadáveres das vítimas do massacre de San Pedro Sula em 1944, antes de serem recolhidos pelas autoridades. | |
Outros nomes | Massacre de San Pedro Sula |
Participantes | Regime do Cariato (Forças Armadas de Honduras) |
Localização | San Pedro Sula, Honduras |
Data | 6 de julho de 1944 |
Resultado | 70 pessoas mortas |
O massacre de 1944 em Honduras foi um episódio de repressão política e assassinatos em massa ocorridos no dia 6 de julho de 1944, perpetrados pela ditadura do Cariato (1933-1949) contra manifestantes pró-democracia da cidade de San Pedro Sula.
Eventos
No ano de 1944, foram derrubados os ditadores centro-americanos Maximiliano Hernández e Jorge Ubico. Muitos hondurenhos interpretaram esses eventos como uma oportunidade para a derrubada da ditadura de Tiburcio Carías Andino, que então governava com mão de ferro há 11 anos.[1][2]
O mês de maio foi o ponto de partida da agitação política em Honduras, começando com protestos estudantis contra o regime de Carías;[2] ainda em maio houve manifestações protagonizadas por mulheres na capital; no final do mês as mulheres exigiram a liberdade de presos políticos.[3][4]
Em 4 de julho, dia que se celebrava a independência dos Estados Unidos, os opositores do Cariato convidaram estadunidenses das companhias bananeiras e realizaram protestos em Tegucigalpa pedindo a renúncia de Carías.[5][6] Atacada com gás lacrimogêneo pela polícia nacional, essa manifestação foi reprimida, apesar de não ter tido registros de mortes.[7]
Em 5 de julho alguns grupos de plantadores de banana começaram uma greve contra o governo. Vários grevistas foram presos e outros fugiram, os simpatizantes do regime por meio de panfletos alegaram que a greve fracassou pois o "povo apoia unanimemente Carías".[1] Na noite deste dia, em San Pedro Sula,[5] profissionais se reuniram com o ministro da guerra Juan Manuel Gálvez, com a proposta que teriam manifestações no dia seguinte com a condição de que os manifestantes não levariam armas. Gálvez aceitou e ofereceu plenas garantias a eles, e os pediu que terminassem com a greve atual.
Na tarde do dia 6 de julho, protestos similares ocorreram em San Pedro Sula; entre os manifestantes estavam trabalhadores, comerciantes, mulheres, idosos e crianças.[1] Em resposta às manifestações, as forças do regime reprimiram com atos de brutalidade cidadãos sanpedranos desarmados. Mais de 70 mortos foram registrados e um número ainda desconhecido de centenas de feridos pela repressão militar.[7]
Após o massacre, um violento toque de recolher foi imposto.[5]
Referências
- ↑ a b c «LA MASACRE DEL 6 DE JULIO». El Pulso
- ↑ a b «Hondurans campaign for democracy, 1944». Global Nonviolent Action Database
- ↑ «1944: la oposición de las mujeres al Cariato». Anarella Vélez
- ↑ Mario Argueta. Editorial Guaymuras (2008). Tiburcio Carías: anatomía de una época p 187.
- ↑ a b c «A 72 años de la masacre de San Pedro Sula por la dictadura de Tiburcio Carías Andino». Criterio
- ↑ «Represión y masacre en San Pedro Sula». El Heraldo
- ↑ a b «LA MASACRE DE SAN PEDRO SULA. 6 DE JULIO 1944». Criterio
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