Igor Lintz Maués

Igor Lintz Maués
Procurar imagens disponíveis
Informação geral
Nascimento 8 de dezembro de 1955 (68 anos)
Origem São Paulo, SP
 Brasil
Gênero(s) Música eletroacústica
Ocupação(ões) compositor, instrumentista
Período em atividade 1976-presente

Igor Lintz Maués (São Paulo, 8 de dezembro de 1955) é um compositor e instrumentista brasileiro, radicado em Viena desde o final dos anos 80.

Estudou composição, música eletroacústica e de computador em São Paulo (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), em Haia (Conservatório Real), em Utrecht (Instituto de Sonologia) e em Viena (Universidade de Música e Artes Cênicas). Seus principais professores foram Willy Corrêa de Oliveira, Gilberto Mendes, Louis Andriessen, Gottfried Michael Koenig e Wilhelm Zobl.

Pertence à geração dos compositores Paulo César Chagas, Denise Garcia, Silvia Ocougne, Silvio Ferraz, Flo Menezes e Mikahil Malt, de São Paulo, todos eles envolvidos com música e tecnologia.

Em Haia e Utrecht, foi colega de Kees Tazelaar, Armeno Alberts, Barbara Woof e Cort Lippe. Em Viena, de Andrea Sodomka, Elisabeth Schimana, Christoph Herndler, Catalina Peralta e Olga Neuwirth.

Nos anos 70, ainda adolescente em São Paulo, estudou arte experimental na Escola de Arte Brasil Dois Pontos (com José Resende, Carlos Fajardo, Luiz Paulo Baravelli e Frederico Nasser), tendo sido colega, entre outros, dos artistas Boi (José Carlos Cezar Ferreira), Mari Pini e Regina Boni. [1]

Na década de 1980 foi professor na Universidade Estadual Paulista (UNESP), onde dirigiu o Laboratório de Música Eletroacústica (criado por Michel Philippot e Conrado Silva em 1977). Lá formou, com os alunos, o "Grupo de Música Eletroacústica do IAP", dando concertos em São Paulo, ABC e Santos. Entre seus alunos na UNESP que ocupam hoje lugar de destaque na música eletroacústica brasileira estão Wilson Sukorski, Edson Zampronha, Anselmo Guerra de Almeida e Fernando Iazzetta.

Sua dissertação "Música Eletroacústica no Brasil" (1989) tornou-se obra de referência sobre a história dos anos pioneiros dessa música no país.[2]

Desde 1991 é professor na área de música eletroacústica e experimental (Instituto ELAK) na Universidade de Música e Artes Cênicas de Viena. Entre os alunos do Instituto ELAK que hoje ocupam lugar de destaque na música experimental austríaca estão Katharina Klement, Volkmar Klien, Franz Pomassl e Hannes Raffaseder. Diversos alunos da nova geração se agrupam numa plataforma chamada "Velak", que organiza regularmente concertos experimentais em Viena.[3]

De 1995 a 97, lecionou também na área de design acústico em colaboração com o curso de Peter Weibel na Universidade de Artes Aplicadas de Viena. Desenvolveu igualmente projetos nessa universidade em 2005 e 2006.

De 1995 a 2000, foi presidente da Sociedade Austríaca de Música Eletroacústica. Seu livro "Acustica/Elektronischer Frühling - Dokumentation elektroakustischer Musik in Österreich" (1995, com Gerald Trimmel) documenta a situação da música eletroacústica austríaca entre as décadas de 1980 e 1990.[4]

Nos anos 90, em Viena, colaborou na área da música eletroacústca com compositores como Krzysztof Penderecki, Iánnis Xenákis e Luc Ferrari. Entre 1997 e 2002, dirigiu o fórum de compositores do ISMEAM - International Summer Meeting of Electroacoustic Music em Sárvár, Hungria. De 2003 a 2009 foi diretor artístico da série de concertos "Klangprojektionen" em Viena.[5]

Compositor convidado em diversos estúdios da América Latina e da Europa.

Participou de vários concertos e projetos internacionais.

Iniciador (em 1999) e membro da "Vienna Noise Orchestra".[6]

Há alguns anos sofre de doença de Parkinson, mas mantém-se ativo.

Seleção de Obras

  • Die flüchtige Evidenz ("A evidência efêmera", 2012) para viola e eletrônica
  • Pour Annette (2011) eletroacústica
  • Ad multos annos (“Abertura de aniversário”, 2009) para orquestra sinfônica
  • Loslassen ("Soltando", 2007) instalação sonora
  • Schenk mir dein Ohr ("Dá-me ouvidos”, 2006) eletroacústica
  • Sieben ("Sete", 2005) para percussão e eletrônica
  • Wellen ("Ondas", 2003) instalação sonora
  • Crater Music ("Música para cratera", 2002) eletroacústica
  • Kadenz ("Cadência", 2001) para orquestra de câmara e eletrônica
  • Concerto para quarteto elétrico e orquestra de ruídos (2001)
  • A Voz do Guarani (2000) eletroacústica
  • Der Kuss ("O Beijo", 1999) para o conjunto de câmara
  • Allein ("Sózinho", 1995) para violão
  • Umformung (“Transformação”, 1994) eletroacústica
  • Triflauto (1994) para flauta e UPIC (sons eletrônicos)
  • Trugklang (1993) para viola e eletrônica
  • Jede Frau trägt einen Schrei ("Toda mulher carrega um grito", 1991) para trombone e multimeios
  • Tropical Birds in the Pet Shop ("Pássaros tropicais na loja de animais”, 1991) eletroacústica
  • Durch unsre Stadt zum Tor hinaus ("Feche a porta da direita com muito cuidado", 1990) eletroacústica
  • Antes o mundo não existia (1989) eletroacústica
  • Epifania - esboço II sobre grito e extermínio (1987-88) eletroacústica
  • Muirte claus - em memória as vítimas da AIDS (1983-85) para voz e eletrônica

Curiosidades

Em 1976 formou o grupo musical paulistano Premeditando o Breque, o Premê, juntamente com seus colegas do departamento de música da USP, Biafra / Mário Manga (Mário Augusto Aydar), Marcelo (Antônio Marcelo Galbetti), Claus (Claus Erik Petersen) e Azael (Azael Rodrigues). Igor atuou como intérprete, compositor, mas sobretudo como arranjador (fazendo uma mistura de citações, paráfrases, paródias e versões cover). Ausentando-se do grupo por dois períodos (o primeiro para ir morar numa comunidade agrícola no sul da Bahia e o segundo para se aperfeiçoar em música eletrônica e de computador na Holanda), foi substituído por Wandi ( Wanderley Doratiotto) e depois por Osvaldo (Osvaldo Luiz Fagnani), que permaneceram então no conjunto. Em meados dos anos 80 deixou de ser membro regular, passando a colaborar esporadicamente com o grupo.[7]

A Rádio MEC FM - 98.9 MHz levou ao ar em fevereiro e em setembro de 2013, no seu programa "Eletroacústicas", seis transmissões dedicadas a Igor Lintz Maués.[8]

Discografia

  • Coletânea de Música Eletroacústica Brasileira (2009)
  • ISMEAM '97 (1997)
  • Música Eletroacústica Brasileira (1995)
  • Sampling (1995)
  • Premeditando o Breque (1995)
  • Alegria dos Homens (1991)
  • El Ak Mu (1989)
  • Grande Coisa (1986)
  • Quase Lindo (1983)
  • Premeditando o Breque (1981)
  • Empada Molotov (1980)
  • 1o. Festival Universitário da MPB (1979)

Referências

  1. V. "Escola Brasil:" na Enciclopédia Itaú Cultural / Artes visuais.
  2. «Lintz Maués, Igor "Música Eletroacústica no Brasil / Composição utilizando o meio eletrônico (1956-1981)" (dissertação de mestrado, ECA-USP, 1989). V. texto integral no website do grupo de pesquisa sobre música eletroacústica no Brasil.». Consultado em 13 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 15 de dezembro de 2013 
  3. V. website da plataforma Velak (em inglês).
  4. V. website da Biblioteca Nacional Austríaca (em alemão).
  5. V. website da série de concertos "Klangprojektionen" (em inglês e alemão).
  6. V. website da Vienna Noise Orquestra (em inglês e alemão).
  7. V. website do programa "Supertônica" de abril de 2005 na Rádio Cultura.
  8. V. website do programa "Eletroacústicas" na Rádio MEC FM . As transmissões podem agora ser escutadas no website da radiotube (são arquivadas com a data do dia seguinte à emissão radiofônica): I - 06/02/2013 ( 07/arquivo: 07/02/2013); II - 13/02/2013 ( arquivo 14/02/2013); III - 20/02/2013 ( arquivo: 21/02/2013); IV – 27/02/2013 ( arquivo: 28/02/2013); V - 18/09/2013 ( arquivo: 19/09/2013); VI - 25/09/2013 (arquivo: não é disponível em radiotube).

Ligações externas

  • Igor Lintz Maués na Enciclopédia Itaú Cultural / Arte e Tecnologia.
  • Igor Lintz Maués no website da UNESCO (em inglês).
  • Igor Lintz Maués no MUSICON - Guia da Música Contemporânea Brasileira.
  • Igor Lintz Maués no website do programa "Kunstradio" da Rádio Austríaca (em inglês e alemão).