Formações Aéreas Voluntárias
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8a/DO27.jpg/350px-DO27.jpg)
As Formações Aéreas Voluntárias (FAV) - ocasionalmente referidas como "Forças Aéreas Voluntárias" - constituíram uma organização de milícia aérea criada em 1962 como corpo auxiliar da Força Aérea Portuguesa na Guerra do Ultramar. As FAV eram constituídas por civis (pilotos e pessoal de terra), normalmente pertencentes a aeroclubes, que operavam aeronaves ligeiras pertencentes aos próprios clubes ou à Força Aérea, sob o comando de um oficial militar. Cada FAV estava adida a uma unidade da Força Aérea, na dependência operacional do comando de região aérea. As FAV funcionaram em Angola e Moçambique.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/58/Dornier-do-27-nambuangongo-1962.jpg/350px-Dornier-do-27-nambuangongo-1962.jpg)
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cb/Auster-acidente-nambuangongo-1962.jpg/350px-Auster-acidente-nambuangongo-1962.jpg)
A primeira FAV a ser criada foi a Formação Aérea Voluntária n.º 201 (FAV 201) em Luanda, organizada pelo Aeroclube de Angola e adida à Base Aérea n.º 9. A FAV 201 foi formada a partir da Esquadrilha de Voluntários do Ar (EVA) que tinha sido constituída por pilotos civis voluntários que auxiliaram as Forças Armadas Portuguesas nas operações anti-guerrilha no Norte de Angola em 1961.
Missões
As FAV executavam sobretudo missões de apoio logístico às Forças Armadas e população civil, com o fim de libertarem os pilotos militares da Força Aérea para missões de combate. Essencialmente as missões eram as seguintes:
- Observação, Vigilância Aérea e Reconhecimento Visual (RVIS);
- Escuta Rádio;
- Reconhecimento Fotográfico (RFOT);
- Busca e Salvamento;
- Lançamento de Reabastecimentos e Munições por Pára-Quedas;
- Lançamentos Livres;
- Evacuação Sanitária (TEVS);
- Transporte de Mensagens e Ligação Logística (DLIG).
De notar que, em alguns casos raros, sobretudo nas primeiras operações no norte de Angola, as FAV chegaram a realizar operações de combate, nomeadamente de reconhecimento armado (ATIR) e ataque em apoio das forças de superfície (ATAP).
Unidades
Foram constituídas FAV em Angola (na dependência da 2.ª Região Aérea) e em Moçambique (na 3.ª Região Aérea), nomeadamente:
Angola
- FAV 201, criada em 1962, em Luanda;
- FAV 202, 1968, Nova Lisboa;
- FAV 203, 1971, Negage;
- FAV 204, 1973, Silva Porto.
Moçambique
- FAV 301, criada em 1962, na Beira;
- FAV 302, 1962, Lourenço Marques;
- FAV 303, 1963, Nampula;
- FAV 304, 1963, Porto Amélia;
- FAV 305, 1963, Inhambane;
- FAV 306, 1964, Quelimane;
- FAV 307, 1964, Vila Cabral;
- FAV 308, 1964, Tete;
- FAV 309, 1964, João Belo (criado como Destacamento da FAV 302 em 1963);
- FAV 310, 1964, Vila Pery (Destacamento da FAV 303 em 1963);
- FAV 311, 1964, António Enes (Destacamento da FAV 303 em 1963);
- FAV 312, 1964, Lumbo (Destacamento da FAV 303 em 1963);
Aeroclubes participantes na organização de FAV
- Aeroclube de Angola (Luanda);
- Aeroclube de António Enes;
- Aeroclube da Beira;
- Aeroclube do Bié;
- Aeroclube de Cabo Delgado (Porto Amélia);
- Aeroclube do Congo (Carmona);
- Aeroclube de Gaza (João Belo);
- Aeroclube do Huambo (Nova Lisboa);
- Aeroclube de Inhambane;
- Aeroclube do Lumbo;
- Aeroclube de Malange;
- Aeroclube de Moçambique (Lourenço Marques);
- Aeroclube de Sanza Pombo.
- Clube Aeronáutico do Niassa (Nampula);
Aeronaves Utilizadas
Aeronaves pertencentes à Força Aérea
Aeronaves pertencentes a aeroclubes e a privados
- Auster;
- Piper Tripacer;
- Piper Colt;
- Piper Apache;
- Piper Super Cub
- De Havilland Chipmunk
- De Havilland Tiger Moth;
- Taylorcraft
Referências
- FERREIRA, Pedro Manuel, FAV - Formações Aéreas Voluntárias - Uma Singularidade no Teatro de Guerra Africano - Parte I in Revista Mais Alto nº 348, março/abril de 2004
- FERREIRA, Pedro Manuel, FAV - Formações Aéreas Voluntárias - Uma Singularidade no Teatro de Guerra Africano - Parte II in Revista Mais Alto nº 349, maio/junho de 2004
- LOPES, Mário Canongia, Os Aviões da Cruz de Cristo, Lisboa: Dinalivro, 1988