Eleições estaduais na Guanabara em 1960
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Eleições estaduais na Guanabara em 1960 | ||||
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3 de outubro de 1960 (Turno único) | ||||
Candidato | Carlos Lacerda | Sérgio Magalhães | ||
Partido | UDN | PTB | ||
Natural de | Vassouras, RJ | Recife, PE | ||
Vice | Não havia | Não havia | ||
Votos | 357.153 | 333.901 | ||
Porcentagem | 37,00% | 34,59% | ||
Resultado por Zona Eleitoral (15): Carlos Lacerda (6) Sérgio Magalhães (9) | ||||
Governador(a) do Estado Titular Eleito | ||||
As eleições estaduais na Guanabara em 1960 aconteceram em 3 de outubro em decorrência da mudança da capital para Brasília em 21 de abril daquele ano e nelas foram eleitos o governador Carlos Lacerda e 30 deputados estaduais que teriam poderes constituintes.[1][nota 1][nota 2]
Advogado formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda é jornalista desde 1929 e no decorrer dos anos fundou o jornal Tribuna da Imprensa e a editora Nova Fronteira. Em sua biografia constam passagens pelo PCB e pela Aliança Nacional Libertadora até abjurar o marxismo. Ao longo de pelo menos vinte anos foi um crítico e opositor feroz de Getúlio Vargas filiando-se à UDN no final do Estado Novo em 1945. Eleito vereador pelo então Distrito Federal em 1947 e deputado federal na mesma unidade federativa em 1954 e 1958, trabalhou no Correio da Manhã antes de fundar seu próprio jornal.[2] Ferido no Atentado da Rua Toneleiros, foi alvo de insatisfação popular após o suicídio de Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954. Nos dez anos seguintes fez oposição a Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart sendo uma das lideranças civis que depuseram este último no golpe de estado que instaurou o Regime Militar de 1964, do qual Lacerda se afastaria ao ver negada a sua candidatura a presidente da República com o cancelamento da eleição de 1965 e a consequente permanência das Forças Armadas no governo. Como adendo à vitória de Carlos Lacerda, a mesma foi facilitada pela candidatura de Tenório Cavalcanti, que subtraiu de Sérgio Magalhães os votos necessários para o triunfo deste.[3][4]
Foram eleitos trinta deputados estaduais para um mandato de dois anos cabendo aos mesmos funções constituintes e em 5 de dezembro de 1960 o governador Carlos Lacerda foi empossado perante o Tribunal Regional Eleitoral conforme previa a Lei nº 3.752 de 14 de abril de 1960[5] e recebeu o cargo das mãos do advogado e diplomata José Sette Câmara Filho, então governador interino.[nota 3]
Resultado da eleição para governador
Os percentuais refletem o número de votos válidos obtidos por cada candidato. Houve 965.191 votos nominais (96,53%), 13.559 votos em branco (1,36%) e 21.063 votos nulos (2,11%) resultando no comparecimento de 999.813 eleitores.[1]
Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Carlos Lacerda UDN | Não havia - | ||||
Sérgio Magalhães PTB | Não havia - | ||||
Tenório Cavalcanti PST | Não havia - | ||||
Ângelo Mendes de Moraes PSD | Não havia - |
Deputados estaduais eleitos
São relacionados a seguir os candidatos eleitos conforme o acervo do Tribunal Superior Eleitoral.[1][6] Ressalte-se que os parlamentares foram empossados à 6 de dezembro de 1960.[7]
Deputados estaduais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
Amaral Neto | UDN | 35.182 | Niterói | Rio de Janeiro | |
Aliomar Baleeiro | UDN | 17.180 | Salvador | Bahia | |
Themístocles Cavalcanti | UDN | 15.981 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Gonzaga da Gama | PSD | 15.330 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Afonso Arinos Filho | UDN | 14.661 | Belo Horizonte | Minas Gerais | |
Sandra Cavalcanti | UDN | 14.513 | Belém | Pará | |
Jorge Valadão | UDN | 14.513 | |||
Raul Brunini | UDN | 11.623 | Rio Claro | São Paulo | |
Lutero Vargas | PTB | 11.392 | São Borja | Rio Grande do Sul | |
Lígia Bastos | UDN | 11.101 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Amando da Fonseca | PTB | 10.995 | |||
Saldanha Coelho | PTB | 10.260 | |||
Hércules Corrêa dos Reis | PTB | 9.994 | |||
Frota Aguiar | UDN | 9.866 | Camocim | Ceará | |
Roland Corbisier | PTB | 9.543 | São Paulo | São Paulo | |
José de Sousa Marques | PTB | 8.620 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Artur da Távola | PTN | 8.546 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Naldir Laranjeira Batista | PR | 8.438 | |||
Lopo Coelho | PSD | 8.214 | Uruguaiana | Rio Grande do Sul | |
Danilo da Cunha Nunes | PTN | 8.213 | |||
Hugo Ramos | PSD | 8.045 | Florianópolis | Santa Catarina | |
Adalgisa Nery | PSB | 7.905 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Sami Jorge Haddad Abdulmacih | PSD | 7.706 | |||
Miécimo da Silva | PRT | 7.578 | |||
Waldemar Viana de Carvalho | PRT | 7.084 | |||
Átila Nunes Pereira | PSP | 6.342 | |||
Gladstone Melo | PDC | 5.886 | |||
Francisco Silbert Sobrinho | PR | 5.230 | |||
Levi de Miranda Neves | PSP | 4.948 | |||
Gerson Bergher | PSB | 4.762 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro |
Notas
- ↑ O vice-governador, os dois senadores e os vinte e um deputados federais só seriam eleitos em 1962.
- ↑ Além da Guanabara houve eleição para governador em Alagoas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
- ↑ Ressalte-se que Carlos Lacerda renunciou poucos dias antes de terminar o mandato e foi substituído pelo vice-governador Rafael de Almeida Magalhães e pelo desembargador Martinho Garcez Neto, presidente do Tribunal de Justiça.
Referências
- ↑ a b c «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 14 de junho de 2019
- ↑ «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Carlos Lacerda». Consultado em 14 de junho de 2019
- ↑ «Biografia de Carlos Lacerda no CPDOC da Fundação Getúlio Vargas». Consultado em 11 de maio de 2018
- ↑ «FGV/CPDOC – O Governo de Juscelino Kubitschek: biografia de Sérgio Magalhães». Consultado em 14 de junho de 2019
- ↑ «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 3.752 de 14/04/1960». Consultado em 11 de maio de 2013
- ↑ Sôbre (sic) 26 homens e 4 mulheres repousa o voto de confiança de todos os eleitores (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 16/10/1960. Primeiro caderno, p. 08. Página visitada em 14 de junho de 2019.
- ↑ Lopo Coelho é o presidente da Assembléia (sic) (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 07/12/1960. Primeiro caderno, p. 07. Página visitada em 14 de junho de 2019.